Quais as queixas do setor de live marketing?
As agências de live marketing estão no foco da campanha ESG da Ampro – Associação de Marketing Promocional/Live Marketing que foi apresentada ao mercado recentemente.
Em vez da sigla para governança ambiental, social e corporativa, que vem sendo destacada com intensidade pelas áreas de marketing das empresas, a entidade quer passar a mensagem de que as empresas do setor estão esgotadas de várias práticas que permeiam o mercado.
A campanha, criada por Dil Mota & The Thing Thinkers, tem um alvo claro: os decisores de marketing dos anunciantes, responsáveis por contratar as agências de live marketing.
Na visão da Ampro, a mensagem da campanha ESG convida o mercado a ter mais diálogo para discutir, em conjunto, um melhor caminho para uma relação sustentável, como já é praticado na publicidade, na área de relações públicas e em outras vertentes da comunicação.
“A fórmula certa já existe e é praticada, que são as concorrências por contas anuais e não por job. Só queremos ter o direito de ser tratados com respeito”, diz Heloisa Santana, que foi nomeada como presidente-executiva da Ampro no mês passado.
O problema das concorrências
A presidente-executiva da Ampro afirma que as concorrências estão entre os pontos mais delicados na relação entre as agências de live marketing e os clientes.
Em relação a esse assunto, Heloisa diz que é incabível para as empresas do setor olhar os processos concorrenciais com muitas agências, briefings e feedbacks não claros e rodadas de negociações quase unilaterais.
“Como ter uma relação saudável se vivemos diariamente com concorrências job a job? É muito ruim ter que ficar se provando toda hora.”, reclama a presidente-executiva.
Segundo ela, a Ampro acredita em relações pautadas na confiança, em diálogos, negociações baseadas nas melhores práticas, principalmente quando o anunciante considera sua agência como parceira de negócios.
O que quer o live marketing?
Na campanha, que está sendo veiculada nos canais digitais na entidade e compartilhada diretamente com as empresas que compõem a cadeia da comunicação, a Ampro lista alguns exemplos de práticas que considera que seriam mais justas para as relações de negócios.
Para as concorrências, por exemplo, a entidade acredita que o ideal seria que as agências trabalhassem com contratos longos, de no mínimo 12 meses de duração; que no máximo três agências sejam chamadas para as concorrências e que esses processos de seleção de empresas, que requerem entrega estratégica e criativa, sejam remunerados.
A Ampro também estabelece algumas diretrizes que julga serem mais corretas em relação aos pagamentos. Uma agência ou profissional que presta o serviço de marketing não tem condições econômicas para financiar uma empresa, diz a entidade.
Por isso, a Ampro propõe que sejam realizados pagamentos no máximo 30 dias após a entrega final do projeto, em caso de trabalhos com entrega única, ou pagamento com fee mensal, em caso de projetos com entregas recorrentes.
Pandemia piorou a situação
Essas questões já incomodavam o setor de live marketing há algum tempo, mas o período de pandemia acabou enfatizando esses pontos negativos. Heloisa relembra que a disciplina foi a mais afetada pela pandemia, já que todos os eventos presenciais foram cancelados.
Segundo ela, mais de 90% das agências especializadas tiveram queda de faturamento de até 75% até o final de 2020.
Agora, dois anos depois dessa crise, o setor está iniciando a retomada dos projetos presenciais. Apesar de alguns outros tipos de trabalhos, como promoções e ativações digitais terem tido crescimento nos últimos meses, a Ampro acredita que a relação entre agências e anunciantes piorou no período.
“Os anunciantes também foram afetados pela pandemia. Diminuíram budget de investimento, aumentaram as concorrências job a job, apertaram prazos de entrega e aumentaram prazos de pagamento. E tudo isso afundou mais ainda o mercado de live marketing. O momento requer união e empatia. Um olhar especial ao parceiro.”, pede a presidente executiva.