Índice Promoview apresenta investimentos em experiências de marcas em 2023
O índice Promoview é o principal indicador da atividade produtiva desenvolvida por agentes responsáveis pela criação e execução de ativações, eventos corporativos, ações promocionais, incentivos e diversas outras atividades que envolvem experiências dos stakeholders com marcas nos mais variados ambientes, em todos os níveis, desde o digital até o presencial.
A pesquisa é realizada pela Promoview, a principal plataforma de conteúdo brasileira especializada em Brand Experience, do inglês Experiências de Marca, chamado também de Marketing de Experiência. A plataforma tem atualização diaria no site e redes sociais desde 2006 com notícias e informações sobre universo da comunicação, com ênfase nas ações de Players que atuam neste mercado.
A metodologia usada na pesquisa foi de entrevista via formulário com 100 agências do setor localizadas nas regiões sul, sudeste e nordeste além de 20 entrevistas via call por amostragem com diretores de agências das mesmas regiões.
As agências de São Paulo foram divididas em grupo por faturamento até R$ 5mi/ano, de R$ 5mi até R$ 20mi/ano, de R$ 20mi até R$ 50mi/ano, de R$ 50mi até R$ 100mi/ano e acima de R$ 100mi/ano
Esta medição foi iniciada em 2003 pela Associação de Marketing Promocional – AMPRO que passoua divulgar dados de 2004 a 2016. O índice serve de balizador para todo o mercado de empresas que realizam eventos corporativos e promoções de vendas.
Confira a série histórica. Os valores são em US$ para que o índice da Promoview seja comparado com os que são publicados pelos sites Campaign (UK) e Bizbash (USA).
O relatório apresenta também o percentual dividido por atividade, incluindo apenas os investimentos na atividade direta, levando em conta as cotas de patrocínios, mas sem os números que envolvem o impacto em outros setores econômicos nas cidades.
Percentual do volume financeiro destinado para cada uma das atividades do guarda-chuva Live Marketing
*Eventos Promocionais 17%
*Ações Promocionais 17%
***Campanhas de Incentivo 15%
*Eventos Corporativos 14%
*Estandes para feiras 11%
*Ativações no trade 7%
Ações de Relacionamento 5%
Estruturas de Redes Sociais 5%
**Sorteios e Concursos 4%
Estruturas de B.I 3%
Participação em Concorrências 2%
* Serviços e despesas considerados nesta pesquisa: Cotas de Patrocínio, compra de espaços (m2), aluguel do espaço (locais), projetos cenográficos, execução de projetos em marcenaria, projetos de arquitetura e de engenharia civil, eletrônica e digital, equipamentos de áudio, luz, captação de imagens e suítes de corte, painéis de LED, sistema de credenciamento, RSVP, serviços fotográficos, radiocomunicação, cenografia em marcenaria, mobiliário, paisagismo, VT´s e reuniões diversas, Alimentos e Bebidas adquiridos no varejo ou retirados de estoques para degustação, recursos tecnológicos, geração de energia, despesas com neutralização de carbono, atrações artísticas, cachês artísticos, de staff, de promotores e recepcionistas, de produtores, tecnicos, assistentes, compra de brindes e gifts, limpeza, segurança, ECAD e seguros.
Não incluídos: Bilhetes aéreos e despesas de deslocamento e hospedagem para convidados e participantes
** Sorteios e Concursos incluem: Planejamento e criação de ação promocional ao consumidor na modalidade sorteio, Junte e Troque, Compre e Ganhe e outras desta natureza e incluem despesas de planejamento, criação, autorizações legais, aquisição de brindes e prêmios, recolhimento de impostos, compra de mídia, ferramentas de atendimento ao consumidor e logística.
***Campanhas de Incentivo incluem despesas com o uso de ferramentas, ações de motivação interna nas instalações das empresas, aquisição de prêmios materiais e despesas com grupos incluindo aéreo, transfer, hospedagem, alimentação, tickets para espetáculos e entretenimento e gastos eventuais.
A amostragem envolve agências e marcas de diversos portes e regiões participantes da rede social do Promoview. A ponderação considera o impacto da região de cada uma delas e o faturamento com base na declaração dos participantes.
Um ponto convergente a todas as atividades do guarda-chuva do live marketing é a rentabilidade. O estudo mostra que a rentabilidade não seguiu o crescimento do faturamento bruto e apresentou percentuais estagnados em relação ao ano anterior, principalmente pelo aumento de custos dos serviços e elevada falta de mão de obra especializada para execução das ações de brand experience em geral.
Divisão do faturamento. Onde os recursos são empregados dentro das agencias promo.
A pesquisa investigou tambem a distribuição das despesas e investimentos dentro das agências
5% é investido em planejamento para participação em concorrências ou apresentação de projetos;
10% é investido em investimento na estrutura da agência;
26% constitui em despesa fixa para manutenção das estruturas promo (exceto despesa com pessoal);
31% constitui em despesa com pessoal (salários e encargos) para o bom funcionamento da rotina das estruturas promo (excluindo criação);
20% constitui obrigações tributárias (impostos em cascata);
7% é a margem de lucro
O estudo mostrou que o Brasil tem em torno de quatro mil agências especializadas e empresas fornecedoras de serviços legalmente estabelecidas que, em sua maioria, são remuneradas por projetos, As respostas trouxeram também amostras dos hábitos do mercado em relação aos temas relevantes para o setor de live marketing
Com relação ao “valor de orçamento médio aprovado” das agências das regiões do Brasil (grupo 2) em 2023 foi de R$ 90 mil, número considerado baixo pelo setor e inferior ao levantado em 2022.
Já no Grupo 1 (São Paulo), o valor fica em média na faixa de R$ 200 mil.
Já no que diz respeito ao número de disputas entre agências por mês, reunindo a média dos dois grupos, 45% disseram que participam de até 4 disputas mensais, para entregas em um prazo médio de 6 dias após recebimento do briefing, o que é considerado “insano” na opinião dos entrevistados.
Além disso, 63% afirmaram que as concorrências sempre acontecem com mais de quatro e, por vezes mais de oito agências simultaneamente. Na outra ponta, 37% apontaram para disputas que sempre acontecem entre até três empresas de Live Marketing, número recomendado pelas entidades do setor.
Custo por concorrência
O estudo foi em busca do custo médio para participação em uma concorrência destinada ao mercado de live marketing, que tem parâmetros diferentes da publicidade tradicional, onde normalmente as concorrências são feitas para contratos de longo prazo.
Então tomou-se como base dados para as concorrências dos festivais de música e outros 15 grandes eventos de marcas realizados durante o ano. O resultado é um investimento médio de 70 mil reais em cada uma das oito agências participantes.
“Ou seja, a cada agência que fecha um contrato, pelo menos outras duas ficam a ver navios. Isso se a concorrência for direitinha!. Ou seja, pelo menos 160 mil reais vão pelo ralo”, comentou um orçamentista de agência em resposta ao questionário.
Quando o assunto é a escolha do cliente pela “melhor agência”, é bem claro o fator que mais influência na decisão dessas disputas: o preço.
Durante as mesas de concorrência, 64% dos clientes têm o lado financeiro como prioridade, seguido por “criação e planejamento”, com menos 10% de relevância.
“Execução” foi prioridade para 14%, segundo as agências avaliadas.
O volume das ações é algo a se destacar, já que os trabalhos específicos são a tendência no momento. Cerca de 76% das agências afirmam que as contratantes optam por não fechar contratos longos. No lugar de uma parceria duradoura, os clientes preferiram o sistema job a job em 2023, justamente essas parcerias mais curtas e diretas.
Novos hábitos de trabalho
O levantamento mostra que o número médio de colaboradores por agência está em 40. Reunindo os dois grupos, 35% das que foram consultadas têm mais de 80 colaboradores.
As agências contam em média com 40% dos profissionais contratados por job. Os cargos mais utilizados são os de planners, diretores de arte e produtores.
O hábito de home office foi adotado por 75% das agências incluídas no índice, e os colaboradores trabalham em media 3 dias da semana em casa e dois dias nos escritórios.
15% afirmam que adotaram a jornada de 4 dias de trabalho por semana .
35% das agências não tem mais espaço para todos os funcionários trabalharem juntos.
“Temos colaboradores que moram fora de São Paulo e eles seguem performando muito bem de onde estão e, quando necessário, todos estão presentes em reuniões estratégicas ou em encontros com clientes.”, destaca a diretora de RH de um grupo de empresas de live marketing com 400 colaboradores.
Mas novos problemas aterrissam nas mesas dos gestores.
“O time está mais flexível, feliz e livre para entregar suas tarefas e viver como gostariam. Porém, com a onda de calor dos últimos meses, muitos querem voltar para estrutura central da empresa que é refrigerada”, afirma um gestora de RH, refletindo as questões climáticas que afetam cada vez mais o dia a dia das pessoas.